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Contos de Azrael – relatos com Padre Gonzales 11

Londres,
16 de março de 1858
Caro bispo,

 

A meses é feito sessões de mesas girantes aqui no bairro. Muitos homens e mulheres aparecem na esperança de entrarem em contato com entes queridos que já se foram. É algo comum, mas 2 pessoas começaram a chamar a atenção.

Frequentavam bastante as sessões das mesas girantes, sempre com olhares céticos. Entretanto, sempre ao final faziam perguntas. Estavam muito curiosos sobre o funcionamento disto tudo. Contudo, não me soava como um interesse na experiência em si. Parecem até que andam investigando se não tem alguma atividade imoral nisso tudo. Sempre foi dado liberdade para que olhassem tudo e todas as suas perguntas eram respondidas. Mas continuavam investigando, como se estivessem a procura de algo.

A princípio achei que eles pensavam que era charlatanismo. Que alguma engenhosidade na mesa a fazia girar. Fiquei sabendo que participaram de várias outras sessões do tipo em outros lugares. Realmente não sei o que estavam procurando.

Mas o que realmente me espantou, foi em uma noite, todos já haviam saído. Estavam somente os 2, um homem de cabelo meio arrepiado e barba por fazer e uma mulher. A sua beleza era realmente entusiasmante e única. Pele escura, bem mulata, mas olhos verdes bem vivos e brilhantes. Vai ver daí veio o nome dela, Jade. Junto aos 2, estava o médium Hugo Fortier. Achavam que eu tinha ido embora, mas tive que voltar pois havia esquecido uma coisa. A casa do Hugo, ficava no terceiro andar. Ao chegar perto, notei uma briga, até então bate boca. Algo que havia sido quebrado, não entendi direito, pois cheguei a discursão estava no auge e bem acalorada. Ainda assim observei no canto da parede.

No meio da discursão, Hugo pega um revolver e atira no homem, que é jogado para fora da casa caindo pela janela. Assustado, corri para ir embora. Mas isso não foi o pior. Eis que o homem entra pela porta lá de baixo, como se nada tivesse acontecido. Por instinto, me escondi em um monte de tralha que estava lá. E fiquei paralisado. Assim, fiquei horas lá até tomar coragem para ir embora. Entretanto, não tive coragem de subir e ver o que aconteceu com Hugo.

E não sabe a minha surpresa quando vi Hugo, forte e são.  Parece que não tinha acontecido nada com ele. Não tive coragem de tocar no assunto, mas quando alguém falou da última sessão, Hugo não lembrava de nada. Era como se ele tivesse dormido por 2 ou 3 dias. Para mim, suas memórias foram apagadas. E o homem mais a mulher, sumiram de Londres.

Akiles na mesas girantes

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