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Contos

Contos de Azrael – relatos com Padre Gonzales 21 – O corvo

Esse conto se passa em um vilarejo na Europa, possivelmente no séc VIII.

Vivo em um vilarejo remoto e isolado. As vezes, os pinheiros parecem suspirar segredos sombrios. Eu não sei como e nem porque, mas algo começou a assolar as almas dos habitantes por aqui. Algo que, há muito tempo tinha sido esquecido pelos mortais.

O vilarejo costumava ser pacífico, mas…

Um dia surgiu um belo corvo de penas negras que ficou rondando o vilarejo. Todos os dias, o corvo pousava nas árvores mais altas, entoando uma canção que começava como um suave cântico, mas, com o tempo, se transformava em um lamento perturbador.

A princípio, não demos muita bola, mas a cada dia que se passava, o corvo se fazia mais e mais presente. Com o tempo, as pessoas do vilarejo ficaram atraídas pela música do corvo, como se tivessem hipnotizadas, incapazes de resistir à melodia que penetrava suas mentes. À medida que as semanas passavam, a melodia insidiosa ia corroendo suas mentes, levando-as à beira da loucura. Noite após noite, o corvo pousava no mesmo lugar, seu canto ressoando nas mentes das vítimas.

Os moradores, lentamente enlouquecidos, começaram a cometer atos inexplicáveis e terríveis. Um homem incendiou sua própria casa com a família dentro, enquanto uma mulher começou a esculpir runas estranhas na sua própria carne. As crianças do vilarejo, outrora alegres e inocentes, tornaram-se silenciosas e vazias, seus olhos refletindo um horror indescritível.

Envolvidos pela melodia sinistra que permeia o vilarejo, os sobreviventes buscam desesperadamente libertar-se desse tormento, recorrendo a eremitas e exorcistas em um esforço para encontrar solução. Contudo, a localização remota do vilarejo dificulta a chegada de auxílio, deixando os habitantes entregues à própria sorte. O desespero é palpável entre os residentes, cuja esperança repousa na promessa da igreja de enviar ajuda, embora o tempo necessário para essa assistência chegar possa ser demasiado longo. A incerteza paira sobre o destino daqueles que permanecem, questionando se ainda haverá alguém aqui quando a tão aguardada ajuda finalmente chegar.

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