Primeiramente, o Ragnarok não é necessariamente um evento isolado nas histórias de Thor. Temos algumas HQs onde somos alertados que o evento está chegando. A arte é de ninguém menos John Buscema. Um dos grandes artistas da época. Entretanto, há pouca variação de estilos quando se trata de uma história nos anos 70.
É uma HQ que tem o mesmo “problema” de filmes antigos. Quem não se adapta ao estilo de se contar a história da época, corre o risco de não ter saco de ver ou ler tudo. Pois de lá pra cá, muito se evoluiu no quesito narrativo e estrutural, para deixar as coisas mais dinâmicas. Por exemplo, o narrador contando o que está acontecendo no quadro (em um quadro onde o Thor dar um soco no inimigo, o narrador fala “e então, Thor desfere um poderoso soco em seu inimigo o deixando atordoado”). Por vezes o próprio personagem narra os seus atos. Meio que avisando o que vai fazer. Além dos quadros serem feitos de forma mais quadradas mesmo.
Mas o importante, é a narrativa e enredo. E ai é bom. Sentimos a preocupação dos deuses com a chegada do Ragnarok, e seus esforços para adiar tal evento. Os personagens correndo contra o tempo e em dados momentos, tendo que aceitar o seu destino. Loki aqui é realmente traiçoeiro e manipulador. A adição de 3 personagens que enriquecem a história. A princípio, parecem irrelevantes. Mas eles são primeiramente responsável por nos representar naquele contexto. Incluindo nos situando perante os eventos e de acordo com a mitologia em si. E ainda assim, são responsável por viradas na história.
Spoiler – e a morte de um deles é realmente sentida por nós.
Em várias histórias do Thor, eles usam de uma linguagem muito formal. Soa estranho e as vezes chato mesmo. E o design da serpente do mundo, é meio estranho. Parece que tem dois botões vermelhos no lugar dos olhos.
Ainda assim, é uma boa leitura. E o próprio quadrinho vai te situando sobre alguns elementos da mitologia nórdica. De forma que a gente mesmo vai percebendo as diferenças entra a mitologia e as HQs da Marvel.
