Tanto a DC quanto a Marvel, vem com uma série de sagas. No caso da DC, costuma ter no nome a palavra “Crise”. Aqui falaremos de mais uma dessas crises.
É um arco gigante. Tudo começa com um assassinato de um deus, e terão de encontrar o culpado. Rapidamente se entende que a história está em volta de Darkseid. Ou no mínimo, certamente está envolvido. E com o tempo vai se entendendo que se trata da equação antivida. Darkseid finalmente consegue a equação e aos poucos, conquistando tudo.
É um arco feito a diversas mãos. Alguns dos arcos, principalmente o que está envolta do assassinato do deus, tem uma narrativa bem fluída. No arco do Raio Negro, temos um debate bem interessante sobre heroísmo. Mas tem uns momentos bem maçantes e arrastados. Que ficam facilmente chatos, como uma parte do Superman. E aqui falo, mesmo pra quem gosta muito do personagem, possivelmente vai achar essa parte bem chata.
São muitos personagens e nenhum ganha foco por muito tempo. Então personagens entram e saem o tempo todo, e muitos deles, nem os mais ferrenhos conhecedores das HQs e que sabe muito sobre a DC vai lembrar deles. Assim como personagens insignificantes que surgiram do nada, ganham uma grande relevância. Mas sem muito aprofundamento. Isso faz com que frequentemente você se sinta perdido sobre os acontecimentos.
Posso fazer uma analogia aqui. Existem momentos que um personagem explica o funcionamento de forma detalhada e complexa de alguma coisa, as vezes com um aprofundamento biológico que só quem é da área vai saber do que se trata e saber se é pura enrolação. Mas no final, você entende o recado “estamos ferrados” ou “isso nos ferrará”. Podemos dizer que essa HQ é toda assim. Se entende o contexto geral, mas se fica completamente perdido nos detalhes. E as vezes, é como se lesse no automático.
A arte no geral, é muito boa. Dados momentos, tem poluição visual, o que é difícil de evitar com tantos personagens de colante agindo ao mesmo tempo. Mas em momentos que os personagens vestem com cores semelhantes, se tem composições belíssimas. Como momentos focados na tropa dos lanternas verdes.
E por ter tanta coisa acontecendo, momentos que poderiam ser marcantes, acabam passando um pouco batidos. Como a morte de personagens ou mesmo a sensação de está tudo ficando perdido e Darkseid está vencendo. Não se cria uma sensação de derrota como era de se esperar e não se sente a morte de certos personagens. Embora esses personagens não são qualquer um.
Ainda assim, a HQ é boa. Do tipo que se começa a ler e vai lendo sem ficar querendo acabar logo ou ficar cansado. Embora tem os momentos maçantes, mas logo depois tem momentos que levantam o ânimo de ler. Contudo, não se passa a ideia de um grande épico. E pode-se dizer, que veio em uma época, onde as “crises” já estavam enjoando os leitores.