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Batman – Ano um

 
Em 1986, o escritor e desenhista de quadrinhos Frank Miller produziu para a DC comics,a saga Batman:o cavaleiro das trevas, que tratava do ressurgimento do Homem morcego, dez anos após sua aposentadoria.

No ano seguinte, em parceria com o artista David Mazzucchelli, Miller fez uma releitura da origem do herói chamada Batman ano um,que como o próprio título indica, abrange doze meses desde o retorno de Bruce Wayne a Gothan City após viajar pelo mundo, em busca de condicionamento físico e mental para combater o crime, até o contato direto com quem seria seu maior aliado:o então tenente James Gordon , que havia sido transferido para Gothan junto com sua esposa grávida, Barbara.

Acompanhamos, nessa minisserie em quatro partes, as narrativas condutorias de ambos (Bruce /Batman e Gordon):um procurando se tornar quem deve ser para amedrontar os criminosos(e a polícia local corrupta );outro mantendo sua integridade diante dessa corrupção que começa pelo próprio comissário na época . Ambos pagam o preço durante o processo, se confrontam mas percebem que tem todos os pontos em comum.

Na minha opinião, aliás, a trajetória de Gordon muitas vezes se sobrepõe a de Bruce Wayne, embora o foco seja a consolidação dele como Batman.

Um caso em que a trama paralela torna-se mais interessante que a principal. Por conseguinte, o herói encapuzado parece um coadjuvante, e não o personagem principal  (assim como foi em “A piada mortal”,de Alan Moore, já que o Curinga rouba a cena).

Obviamente, há paralelos entre essa obra e a anterior de Miller  (Cavaleiro das trevas,por se tratar do nascimento e renascimento do herói.

Notamos que Gothan foi e continuou sendo uma cidade corrompida, precisando eternamente do seu maior símbolo de justiça; Wayne recorda o icônico assassinato de seus pais em ambas as sagas; personagens surgem e são citados nas duas séries  (Selina “Mulher Gato”Kile, a policial Sarah Essen, o fiel assistente de Gordon, Merkel; Harvey Dent, o advogado que se tornaria o vilão Duas-Caras;e até um certo “Homem de aço” é mencionado em Ano Um); e Batman combate a força-tarefa da polícia nos dois eventos.

Eu li essa hq completa pelo encadernado lançado pela editora Abril. Nele, havia uma prefácio de Frank Miller afirmando que, para ele, Batman era um personagem sério. Isto é, nada daquela caricatural e psicodélica versão da televisão nos anos 1960. Ao passo que ele confirma isso, com um roteiro clássico dos filmes antigos de gangster. Portanto, temos um ambiente sujo e deprimente, bem caracterizado pelos traços sombrios e estilizados de Mazzucchelli. Alem disso as cores  (de autoria de Richmond Lewis) casam perfeitamente com os traços. Uma obra em quadrinhos, enfim, que deve ser lida com muito gosto pelos fãs do homem morcego, e que serviu de referência para o primeiro filme da trilogia de Christopher Nolan, “Batman Begins”.

 
 
Por Mauro Torres
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